Porfiria Cutânea Tardia (PCT)

  • Doença é causada pela deficiência da uroporfirinogênio descarboxilase (UROD), enzima envolvida na cadeia de biossíntese do heme, que entra na formação de diversas proteínas, a mais conhecida seria a hemoglobina localizada nos glóbulos vermelhos. Esta deficiência na função da enzima leva ao acúmulo de porfirinas na urina, fezes e sangue.A PCT é a porfiria mais comum no mundo e geralmente se manifesta em torno da quarta década de vida. Esta doença pode ser adquirida ou familiar e tem vários fatores que precipitam seu surgimento como: etilismo, estrógenos contidos em anticoncepcionais e reposição hormonal, hemocromatose hereditária, sobrecarga de ferro e infecção pela vírus da hepatite C e do HIV. A exposição a pesticidas, como hexaclorobenzeno e derivados fenólicos, também podem desencadear o que chamamos de PCT tóxica.

    Suas manifestações clínicas são fragilidade cutânea com bolhas e ulcerações recobertas por crostas na pele exposta ao trauma e à luz, acometendo principalmente o dorso das mãos, antebraços e membros inferiores. Podem apresentar escurecimento difuso da pele exposta à luz, aumento dos pelos da face (principalmente nas mulheres) e aumento da espessura da pele formando placas esclerodermiformes.

    O diagnóstico se faz pelo exame de dosagem de porfirinas na urina de 24 horas (pelo método HPLC), onde se observa principalmente aumento de uroporfirina (URO) e numa extensão menor coproporfirina (COPRO). A relação da dosagem de URO/COPRO maior que 3:1 ajuda no diagnóstico. A biopsia para fazer a histopatologia e a imunofluorescência direta ajudam no diagnóstico diferencial com outras doenças bolhosas. Há várias doenças que podem se confundir com a PCT. Os diagnósticos diferenciais importantes a serem considerados são as outras porfirias cutâneas (Porfiria hepatoeritropoiética, Porfiria variegata e Porfiria eritropoiética congênita), a Esclerodermia, a Epidermólise bolhosa adquirida, a Erupção polimorfa à luz, a reação medicamentosa fototóxica e a Pseudoporfiria.

    O tratamento com hidroxicloroquina em doses baixas e a sangria terapêutica tratam a doença de forma efetiva. Importante ressaltar que o fator precipitante da doença deverá ser abordado para manter a doença sob controle. O tratamento adequado é importante, pois dependendo das doenças associadas, como hepatite C e etilismo crônico, e do tempo de duração da PCT (> 10 anos) há um risco aumentado de desenvolver carcinoma hepático. A PCT é totalmente tratável e o acompanhamento é importante para evitar recidivas.

    Referências para leitura mais aprofundada: